Neste trabalho apresento alguns resultados da pesquisa em nível de doutoramento vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó-SC e tem como tema os efeitos de sentido de ser professor de língua portuguesa no acontecimento da pandemia de Covid-19. Esse acontecimento promoveu uma série de disrupturas nos modelos vigentes no mundo do trabalho, nas relações sociais e no campo da educação. Uma dessas disrupturas no campo educacional pode ter afetado os modos de subjetivação de sujeitos-professores, instaurando outras redes de filiação de sentidos do que se interpreta sobre “ser professor”. Teoricamente, pauto-me em uma perspectiva discursivo-desconstrutiva em aproximação com a Análise de Discurso. O objetivo principal foi analisar se a experiência de ensino remoto emergencial provocou deslocamentos nos modos de subjetivação dos sujeitos-professores, implicando (ou não) a constituição de novos processos identificatórios de ser-professor. Metodologicamente, o arquivo foi constituído com entrevistas semiestruturadas realizadas com dez sujeitos-professores que falaram de si e sobre a experiência de ser professor durante o acontecimento da pandemia de Covid-19. Desse arquivo, extraí um conjunto de regularidades discursivas que constituem o corpus deste estudo, a saber: o unheimlich, a angústia, o desejo, o falar de si e a docência pandêmica. Dentre algumas considerações, vislumbro que os efeitos e os afetos experienciados por esses sujeitos provocaram deslocamentos nos modos de subjetivação de ser professor.
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